Moradores de condomínio de Guararema reclamam de falta constante de água

Moradores de condomínio de Guararema reclamam de falta constante de água

A falta de água tem revoltado os moradores de um condomínio de Guararema. Eles afirmam que desde janeiro o problema no abastecimento tem piorado.

A diretora comercial Mariana Generato implantou algumas medidas para ajudar na economia de água. “Eu mudei a quantidade de banhos meu, do meu marido e dos meus filhos. Costumávamos tomar dois banhos por dias e passamos a tomar um por conta disso. Deixei a acumular louça. Deixo acumular louça do café da manhã, do almoço para lavar a tarde por conta da falta de água. Roupa também a gente deixou acumular por conta disso. Então, tá um caos.”

As mudanças na rotina são por causa da falta de abastecimento. Desde janeiro a situação vem piorando e isso pode ser visto nos valores da conta de água.

Sem ter o abastecimento, a administração do condomínio decidiu contratar caminhões pipas, mas esse o gasto é repassado para os moradores. Mariana afirma que gastava em média R$ 250, mas em fevereiro pagou mais de R$ 800 e R$ 600 em março. Um aumento expressivo que fez ela procurar ajuda. “Eu me preocupei em fazer protocolo, em ir fazer reclamação na Sabesp. Eu sei que a síndica fez reclamação na Prefeitura. Existe um processo da Prefeitura com a Sabesp e ainda sim nada é resolvido.”

O caso se repete com mais 30 famílias que moram no condomínio. Além das plantas que serviam como decoração na entrada da casa, secarem por causa da falta de água, o representante comercial Vitor Dantas Diniz está dividido em uma dupla jornada. Ele se mudou há menos de um ano para o condomínio. Mas está dividido entre Guararema e São Paulo por conta do desabastecimento no novo endereço. “Eu vou três vezes por semana para São Paulo lavo toda a roupa lá, venho para cá, vou, volto. E às vezes gasto duas horas e meia para chegar em São Paulo devido ao trânsito todo e mais duas horas e meia para voltar.”

Recentemente, a Prefeitura de Guararema publicou uma nota em seu site oficial dizendo que está ciente dos constantes problemas relacionados ao fornecimento e abastecimento de água na cidade. A Prefeitura afirma que mais uma vez vai à justiça para cobrar uma solução da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo abastecimento na cidade.

A administração municipal diz ainda que diferentes pontos da cidade têm ficado sem água com frequência, uma situação antiga e que já existe uma determinação judicial para que os problemas sejam resolvidos, mas diante do não cumprimento da mesma, um novo documento está sendo protocolado.

A Prefeitura encerra orientando os moradores para que depois de registrarem a situação nos canais oficiais de atendimento da Sabesp procurem também a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). A autarquia especial vinculada à Secretaria de Estado de Governo com a função de regular, controlar e fiscalizar os serviços de gás canalizado e saneamento básico em âmbito estadual.

De acordo com a Sabesp no endereço informado há um problema na rede interna do condomínio e o empreendedor já foi orientado sobre a necessidade de adequar o sistema. E reforçou ainda que a companhia não tem responsabilidade sobre instalações internas.

A empresa que administra o condomínio informou que em 2017 foi feita uma reclamação na Sabesp e nessa época, a construtora providenciou a ampliação do reservatório interno e a instalação de booster qual se demonstrou suficiente até o final do ano passado.

“A partir dessa providência, foram poucas as vezes que faltou água, qual ocorre de forma pontual em feriados prolongados ou período de festas de final de ano por exemplo. De novembro/2022 para cá, o fornecimento reduziu muito, da média de 11m3/dia para apenas 3, o que obrigou a aquisição de caminhões de água potável para suprir a demanda. A Sabesp reconhece o número de casas existentes no local. O problema maior está na redução do fornecimento.”

Segundo a administradora havendo divergência entre as informações, a construtora será acionada. E completa a nota “na época, não acharam viável nem plausível a exigência de executar uma obra em via pública num trecho de aproximadamente 800 metros, por esse motivo, foram feitos os ajustes por parte da construtora, apenas na parte interna do condomínio, qual se demonstrou suficiente até a redução no fornecimento/abastecimento.”

Fonte: G1