Morador sofre homofobia em grupo de condomínio e subsíndico alega que também sofreu preconceito: “Não me orgulho, mas na situação sofri gordofobia”

Incidente aconteceu num grupo de condomínio da capital – Foto – Divulgação

Moradores de um condomínio, na Arno 12, antiga 105 Norte, denunciaram um ataque homofóbico a outro condômino, durante uma troca de mensagens num grupo de WhatsApp. A Homofobia é criminalizada no Brasil, desde 2019 e foi equiparada ao crime de racismo.

Segundo os denunciantes, o grupo  do qual fazem parte é do Condomínio em que moram e o morador sofreu homofobia após questionar a transparência das ações e gestão ao subsíndico, Rafael Carvalho. Ele disse que não se orgulha, mas que na situação, sofreu gordofobia. Em vários prints encaminhados à nossa equipe nesta quarta-feira, 27, a conversa se dá da seguinte forma:

Morador vítima de homofobia – … Porque o acesso a informação aqui está bem precário. Eu não sou obrigado a sair do meu ganha pão no seu tempo, só porque tem pouca vontade de gerar um link e intermediar a live, por preguiça;
Subsíndico Rafael – Teu r#bo;
Morador vítima de homofobia – kkkk;
Subsíndico Rafael – Sou funcionário seu não baitola;
Morador vítima de homofobia – No meio de 5 pessoas, não tem um que consiga fazer isso, e querem defender rampa de acesso. Calma gordão.
Nesse momento outros moradores começaram a intervir
Moradora – Falta de profissionalismo. Vocabulário com a intensão de ofender;
Subsíndico Rafael – Exatamente. Ainda bem que ficou claro, pô. Moça, não te conheço, mas chamar os outros de preguiçoso na minha terra é ofensa;
Moradora – Não justifica comentário homofóbico. Não seja tão vil. Ninguém te obriga a trabalhar no condomínio.
A palavra baitola, pode sim ser usada como gíria regional em alguns locais, mas o conteúdo da conversa, mostra claramente que se trata de homofobia, tendo em vista que o próprio subsíndico afirmou que o objetivo era mesmo ofender, logo, o morador foi chamado assim de forma pejorativa e ofensiva.

A Gazeta do Cerrado entrou em contato com síndico do condomínio, Adalberto Brito, ele disse por WhatsApp que foi orientado pela consultoria jurídica a não comentar sobre o caso.

Nossa equipe entrou em contato ainda com o subsíndico Rafael Carvalho e ele disse à nossa equipe: “Falei isso mesmo. Não sei qual a orientação sexual do rapaz, mas falei em tom pejorativo mesmo. O que ocorre, é que eu estava explicando como foi a assembleia do nosso condomínio pro Erick, que é um vizinho nosso. Me chamou de preguiçoso. Usei esse termo aí, não me orgulho, sei que tem gente que se ofendeu, mas fiz assim. Na situação ainda sofri gordofobia, mas é a vida”.

Atualização – Momentos depois da Gazeta publicar a matéria, Rafael Carvalho enviou um print, onde mostra que ele conversou com morador e ambos pediram desculpas um ao outro.

 

 

Fonte: Gazeta do Cerrado