Parte de prédio no Politeama desaba após fortes chuvas em Salvador

Parte de prédio no Politeama desaba após fortes chuvas em Salvador

A apreensão de não conseguir dormir e sem saber se poderá retornar ao seu imóvel. Isso foi o que os moradores do Edifício Alto do Politeama, localizado no bairro dos Barris viveram após uma longa noite de chuva em Salvador. Um deslizamento de terra, na fundação do edifício, provocou a queda de uma estrutura do prédio, atingindo a sede da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador). Quatro veículos foram soterrados e duas pessoas ficaram feridas. Por conta do ocorrido, os moradores precisaram evacuar o edifício na madrugada sem seus pertences e só com a roupa do corpo.

O prédio, que tem três andares, possui 14 famílias residindo. Entre os moradores, crianças e idosos. Todos precisaram passar a madrugada na rua, debaixo de chuva. Uma moradora de um prédio vizinho que se solidarizou forneceu abrigo e alimentação durante a madrugada.

Por conta do deslizamento, uma funcionária da Transalvador se feriu com os escombros. O expediente na sede da autarquia foi suspenso e o atendimento ao público foi cancelado.

A Defesa Civil de Salvador (Codesal) retornou ao local na manhã de ontem (8), e liberou os moradores a recuperar seus pertences. Além disto, o engenheiro do órgão informou aos moradores que, a princípio, o prédio não corre risco de desabamento, mas que haverá uma nova avaliação do edifício.

Prédio possui três andares e 14 famílias, com crianças e idosos. Carros foram soterrados | Foto: Romildo de Jesus

 

O síndico do condomínio, Fábio Souto, proprietário de três, dos quatro veículos que ficaram soterrados, conversou falou sobre os próximos procedimentos feitos. “Com a liberação da Codesal, iremos organizar por famílias para poder retirar os pertences mais necessários como documento e roupas. Falaram que só com a outra avaliação que vamos saber se conseguiremos retirar os móveis. Até então, vamos ter que retirar tudo, mas não sabemos de quando isso vai ocorrer. Questionei em relação aos veículos que estão lá embaixo, no órgão, e eles falaram que primeiro farão a avaliação, para depois o serviço de drenagem, para aí, sim, retirar os veículos”, explicou Fábio.

O engenheiro da Defesa Civil, José Carlos Palmas, estava no local e explicou as próximas ações que devem ser feitas. “Os próximos passos, isso ainda hoje, são o estudo de sondagem nas fundações para verificar o nível de profundidade, e drenagem para evitar que água desça. Só após a drenagem que vão retirar os carros”, explicou José Carlos. A Codesal ainda informou que passará todo o dia no local, dando suporte por conta de a ocorrência ter sido a mais grave do dia.

Bruno Mendes, morador e proprietário de um dos veículos que foram soterrados, relatou em entrevista a Tribuna da Bahia sobre como tudo aconteceu. “Entre 1h e 1h30 da madrugada, estava com minha filha e escutamos um estrondo muito forte. Ao escutar, sai na janela rápido para olhar e não presenciei nada anormal do lado de fora, mas comecei a escutar algo similar a uma cachoeira caindo. Foi aí que o síndico começou a gritar que o prédio estava desmoronando. Ao chegar na janela do corredor, vi o enorme deslizamento que ocorreu. Eu já havia tirado minha filha, voltei para ajudar outros moradores”, pontuou o morador. Bruno ainda relatou que o medo foi grande, pois, tiveram que deixar o imóvel às pressas, com a roupa do corpo e ficaram expostos na rua com chuva.

Sobre os feridos, um havia sido um morador idoso que caiu na cratera. O síndico conseguiu ajudar a socorrer e tirar o morador do local utilizando uma corda.

Sobre funcionária ferida, a Transalvador informou que no momento do ocorrido, a servidora estava numa das salas do prédio atingido, teve leves ferimentos e não precisou de atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no local e já descansa em casa.

A Codesal informou até o fechamento da matéria que o imóvel foi evacuado até a avaliação estrutural ser feita e que a área está sendo limpa para iniciar as ações.

 

Fonte: TRBN