‘Ou sua vira-lata cala a boca ou vou calar a boca dela para sempre’: moradora da Zona Sul de SP recebe carta de ameaça contra cadela

Uma atividade rotineira que a bailarina e fisioterapeuta de 26 anos Jackeline Coutinho faz pela manhã é passear com a Mirra, sua cachorrinha, na região do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. No entanto, na última terça-feira (14), ela foi surpreendida com uma carta de ameaça direcionada à cadela

“Ou você faz a sua vira-lata calar a boca pela manhã ou vou calar a boca dela para sempre! Já que você não tem empatia com quem mora aqui!”

A mensagem foi escrita à mão em uma folha de sulfite e deixada na caixinha de correspondências do condomínio. A imprensa conversou com a vítima, que registrou boletim de ocorrência. Segundo ela, há câmeras de segurança no local em que o papel foi deixado.

Eu fiquei em estado de choque. Só queria descobrir quem foi, porque não só minha cachorra corre perigo. Acho muito desumano um ser humano – se é que podemos chamar a pessoa de ser humano – escrever um bilhete desse”, desabafou.

“Confesso que me deu um medo. Uma coisa que eu nunca fazia era trancar a porta do apartamento. Hoje, já saí e tranquei a porta. Tudo que eu der, ela come. É muito fácil enganar. Se jogar qualquer comida com veneno, ela vai comer”, contou.

Motivação do episódio

Jackeline e a cadela Mirra durante passeio — Foto: Arquivo pessoal

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Apesar de ter tomado conhecimento da intimidação apenas nesta semana, além de não haver qualquer tipo de justificativa para a ameaça na carta, Coutinho acredita que o aviso tenha sido entregue no início de novembro, no feriado do dia 2.

“Normalmente, ela levanta, faz o xixi na varanda e volta a dormir. Mas ela começou a latir de forma desesperadora, tanto que eu fui ver o que tinha acontecido. Ela olhava para mim, olhava para cima, como se estivesse tentando comunicar algo, mas eu não estava entendendo”.

Jaqueline notou, então, que uma camiseta estava pendurada na sacada do apartamento do andar de cima. “Parecia que alguém estava tentando pular da janela”.

A fisioterapeuta disse que até tentou colocar focinheira e fechar o acesso à varanda. “Mas ela se jogava no vidro como se estivesse tentando salvar alguém que estava pulando. Eu não conseguia controlar”, relatou.

Coutinho relatou que, depois de um tempo, conseguiu contato com o vizinho. Ele tirou a camiseta da sacada, e ela parou de latir. O episódio, segundo ela, durou menos de 15 minutos.

Desabafo nas redes sociais

Desabafo de Jackeline sobre o ocorrido — Foto: Reprodução

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Após o choque, a bailarina compartilhou o ocorrido nas redes sociais:

“Carta ‘fofa’ que recebi de um vizinho no dia que a Mirra surtou – e surtou mesmo. Ela latia desesperadamente até eu perceber e entender o que era. Tinha uma roupa pendurada na janela de cima, e ela estava entrando em colapso, latindo bastante, achando que era alguém pulando da janela. Ela queria avisar, salvar, sei lá!”.

E o que mais me impressiona nisso? É o ser humano! Quis compartilhar porque me impressiona a capacidade que nós temos de sermos ruins. É tão mais fácil…”.

Em outra publicação, Jackeline contou que a cadelinha “nunca foi uma cachorra fácil, mas foi, aos poucos, assumindo o controle. Ela vai pra bar, restaurante, shopping, corre muito, passeia sem coleira”.

“Quando algo lhe incomoda – e ela sempre tem um porquê de estar latindo -, infelizmente ou não, é sua forma de se expressar. Tem gente aqui que grita, né”, ironizou.

Carta em tom de ameaça recebida pela vítima — Foto: Arquivo pessoal

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Consequências jurídicas

O vereador de São Paulo Felipe Becari (PSD), que é defensor da causa animal e atuava como policial civil, ficou sabendo do ocorrido pelas redes sociais e passou a prestar auxílio à vítima.

“É um crime relevante. Por mais que se trata de um animal, a ameaça está sendo preferida à tutora, então, configura o crime de ameaça, que pode desencadear em outro crime, o de maus-tratos, caso algum mal seja feito ao animal”, pontuou ele.

“Após receberem o boletim de ocorrência, as autoridades vão apurar os fatos. Isso inclui, por exemplo, o chamamento dessa pessoa para prestar depoimento, dizer o que estava acontecendo e qual o contexto de tudo isso. Depois, solicitar junto ao próprio condomínio as imagens de segurança”, explicou.

“Além da responsabilidade penal, também há a responsabilidade civil, já que isso acarreta também no dever de indenizar”, completou.

Becari ressaltou a relevância em denunciar casos como esse: “é muito importante porque é crime e porque, além de cessar essa possível agressão, a partir da autuação, por exemplo, a gente consegue fazer um trabalho de conscientização junto aos condôminos”.

Fonte: G1

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