Animais que a gente menos imagina podem causar envenenamento

Em meio ao caso da médica Dieynne Saugo, picada por cobra jararaca em Nobres, a dermatologista Karin Krause Boneti alerta para pequenos animais que podem ser extremamente perigosos para a saúde humana.

Segundo ela, a picada de uma formiga pode causar até necrose da pele se não tratado corretamente.

“Até esses tipos de animais que a gente menos imagina podem gerar trauma na pele, uma infecção, envenenamento mesmo”, afirma.

 

 

Boneti, que é diretora clínica da Frémissant, diz que, além de cobras, também são comuns picadas de escorpiões, abelhas, formigas carnívoras e aranhas.

“Os que são considerados acidentes venenosos são com escorpião, cobra, até mesmo animais que liberam substâncias tóxicas urticantes, como a abelha, formiga, a tucandira, bem comum na região do Manso. É uma dor muito forte, o veneno gera necrose da pele”, diz.

Caso for um ferimento leve, é possível tratá-lo com antibiótico tópico, conforme explica a médica. Se o quadro é de moderado a grave, é preciso fazer uso de antibiótico venoso no hospital e, se necessário, aplicar vacina antitetânica. Porém, se o caso for grave como uma necrose da pele, o paciente será submetido a uma cirurgia para retirada desse tecido.

 

 

“É necessário fazer a retirada desse tecido para controle de infecção e regeneração mais rápida dessa pele. Depende da gravidade da lesão”, explica.

Conforme noticiou MidiaNews nesta semana, Dieynne, conhecida nas redes sociais como “Dra. Fit”, foi picada na cachoeira Serra Azul.

Ela foi transferida para um hospital de São Paulo para uma cirurgia. Na mesma semana, um segundo caso ocorreu em Denise (208 km de Cuiabá). O trabalhador rural Geovane Lima Correia foi picado também por uma jararaca, não resistiu ao veneno e morreu poucas horas depois.

 

Aumento de ataquesAnimais que a gente menos imagina podem causar envenenamento

Karin explica que, por conta das queimadas, grande quantidade de fumaça e calor exacerbado, os mato-grossenses buscam se refrescar em rios e cachoeiras. No entanto, sem cuidados e atenção, o passeio pode ser fatal.

De acordo com ela, cobras gostam de se manter em locais úmidos e quentes, próximo aos rios. Com maior movimentação de pessoas, há mais chances de ocorrer um acidente com animal peçonhento.

“Com essa época de queimadas, os animais procuram beira de rio. Já é o hábito dos animais peçonhentos preferirem lugares quentes e úmidos então beira de rio é o local predileto para esse tipo de animal”, revela.

Ela explica que a cobra jararaca, espécie que atacou as duas vítimas no fim de semana, são as responsáveis por 90% dos acidentes.

“No Brasil, a gente tem quatro tipos mais importantes e a que causa 90% dos acidentes com cobra é a que causou a da Dieyne, que é jararaca”, afirma.

 

[adrotate group=”1″]

 

Prevenção e cuidados

A médica aconselha evitar ir a esses ambientes nesta época do ano. Mas se mesmo assim for, que o visitante não leve alimentos, pois pode atrair animais.

Ela também recomenda que o turista ande com um soro antiofídico polivalente e alguém que seja capacitado para fazer a aplicação.

 

alerta para ataques de animais peçonhentos
A dermatologista Karin Krause Boneti, que faz alerta para ataques de animais peçonhentos.

“Quando for fazer trilhas, procurar usar sapato de borracha para prevenir picadas nas pernas e pés, usar luvas se for fazer um rafting ou coisas que exigem manipulação através de braço e mão. E prestar atenção”, complementa.

Caso ocorra o acidente, o primeiro passo é fazer a identificação do animal, segundo Karin. Ela explica que cobras possuem algumas características que apontam se elas tem veneno ou não.

 

 

 

“A cobra peçonhenta tem as características específicas como a presença de um buraquinho que fica entre o olho e a narina, que é a mais importante para identificar. Também tem a cabeça com aspecto triangular e pupila mais na horizontal”.

Depois, é necessário lavar o local da picada com água corrente e sabão neutro. A dermatologista alerta que em hipótese nenhuma deve ser colocado substâncias no ferimento

“A gente também tem o hábito de tentar neutralizar o veneno jogando outras substâncias. A gente vê muito trabalhador rural que acaba jogando querosene ou outras substâncias que acabam levando a infecção e inflamação e piorando o quadro”, diz.

 

 

Também não se deve fazer torniquetes amarrando o membro com o intuito de isolar o veneno.

A médica explica que isso pode gerar uma necrose por má circulação. Além de lavar a área, a vítima deve ficar deitada, com o membro elevado e fazendo o mínimo de movimentos para evitar a rápida circulação do sangue.

“O problema maior é que o veneno da cobra dá um edema muito intenso, um inchaço muito intenso do membro e faz o que a gente chama de síndrome compartimental, que é um inchaço agudo que comprime os vasos e o sangue não consegue circular e começa a evoluir para um quadro e pode até necrosar”.

Em seguida, procurar rapidamente o atendimento médico em uma unidade de saúde. Se houver tempo, pode fazer a captura do animal e leva-lo até o hospital também.

“Sempre que possível, se tiver tempo hábil, o ideal é capturar o animal para saber qual espécie que levou ao acidente e dar o soro adequado”, completa.

 

Fonte:Midianews

 

Leia mais sobre animais em condomínios aqui!

LEIA TAMBÉM

 

INSCREVA-SE NA TV SÍNDICO LEGAL CLICANDO AQUI!

[adrotate banner=”127″]