Altura de 21 metros e apartamento de 65 m²: veja detalhes do prédio em que família caiu durante incêndio

veja detalhes do prédio em que família caiu durante incêndio

O apartamento que pegou fogo e que terminou com a morte de um casal e o filho recém-nascido, em Valparaíso de Goiás, tem 65 m² e fica há aproximadamente 21 metros de altura. As informações foram repassadas pelo síndico, Anderson de Oliveira, durante entrevista coletiva.

O incêndio aconteceu na manhã de terça-feira (27), em um apartamento do 7º andar do Bloco E, no Condomínio Residencial Parque das Árvores. De acordo com o síndico, todo o bloco foi evacuado por questão de precaução e segurança. Segundo o Corpo de Bombeiros, 12 pessoas ficaram feridas. Uma mulher chegou a ser resgatada junto com o cachorro.

A perícia ainda tenta descobrir o que causou o incêndio, entre as principais hipóteses estão um possível vazamento de gás ou um problema na execução de um serviço de impermeabilização de sofá no apartamento da família. Somente um laudo poderá atestar o que aconteceu e o prazo para que este fique pronto é de 10 dias, a depender da complexidade.

Os apartamentos do sexto ao 11º andar foram todos interditados, até que a Polícia Científica conclua a perícia no local e o laudo da Defesa Civil assegure que a estrutura não corre risco de queda ou qualquer outro problema; entenda melhor abaixo como ficam os moradores desabrigados.

‘Mini cidade’

Anderson explicou que o condomínio existe desde o final de 2011 e tem, ao todo, 528 apartamentos, com aproximadamente 2 mil moradores. Por mês, quase 20 mil pessoas transitam pelo local, segundo o síndico.

“Aqui é uma mini cidade. A gente tem mais de 20 mil pessoas que transitam direta ou indiretamente, mensalmente, aqui no condomínio. E isso eu estou falando de pessoas diversas, não só as mesmas pessoas que vão e que voltam, são pessoas diferentes que frequentam o condomínio”, afirma Anderson.

O síndico também detalhou que cada um dos seis blocos do condomínio abriga 88 apartamentos, que são divididos em alas independentes, chamadas de lados A e B. Na torre onde o incêndio aconteceu, a ala afetada foi a A, mas o lado B nada sofreu.

“O lado B, que é o lado que não ocorreu o incêndio, está totalmente preservado, são 44 unidades. Do lado A, onde ocorreu a tragédia, estamos com quatro apartamentos danificados. Um muito danificado, que é a unidade que deu causa ao incêndio. E três unidades, acima da unidade causadora, tiveram bastante prejuízo e todos esses prejuízos serão custeados e feito o ressarcimento pelo condomínio”, disse Anderson.

Segundo o síndico, existem duas plantas de apartamentos no condomínio: uma com dois e outra com três quartos, com cerca de 55 e 65 m², respectivamente. O apartamento onde o incêndio se iniciou era o maior.

Desabrigados

Parte lateral do bloco E do Condomínio Parque das Árvores incendiado, em Valparaíso de Goiás — Foto: Larissa Feitosa/g1 goiás

O síndico explicou que, como o Bloco E foi evacuado após o incêndio, os moradores procuraram as casas de familiares e amigos para passar a noite de terça (27). “A gente sabe que, em um momento de tragédia como essa, estar com o seu familiar, ouvir uma palavra amiga, não estar sozinho é muito importante”, disse Anderson.

Somente seis famílias do Bloco E não conseguiram abrigo com parentes e, por isso, o condomínio está pagando um hotel para que eles se acomodem até que todos os andares sejam liberados.

“Algumas famílias não tem ninguém próximo. Então, determinei que todos fossem alojados no hotel mais próximo do condomínio, porque a gente sabe que como eles moram aqui, toda a sua rotina, toda a sua dinâmica de vida está próxima ao condomínio”, detalhou o síndico.

Alguns andares do Bloco E foram liberados na tarde de quarta-feira (28) para que os moradores voltassem. De acordo com Anderson, dos 88 apartamentos da torre, 66 já foram liberados e outros 22 continuam interditados.

A Prefeitura de Valparaíso se colocou à disposição para oferecer suporte psicológico a todos os moradores do condomínio.

Queda acidental

Graciane Rosa, Luiz Evaldo e o filho bebê morreram após incêndio em apartamento, em Valparaíso de Goiás — Foto: Reprodução/Redes sociais

queda do casal e do bebê do apartamento em chamas pode ter sido acidental, de acordo com o perito Fernando Lerbach. O casal, Luiz Evaldo de Lima e Graciane Rosa de Oliveira, juntamente com o filho Léo, morreram por conta das diversas fraturas.

“Quando a gente faz uma análise, um dos parâmetros que usamos é o deslocamento da vítima em relação ao ponto em que ela caiu. Quando é uma queda acidental, geralmente essa proximidade é bem pequena, como foi o caso. Todas as vítimas estavam muito próximas à prumada do prédio, o que indica para nós que foi realmente uma queda acidental, e não alguém que se projetou para frente”, explicou o perito.

O velório da família vai ser feito na quinta-feira (29), a partir das 9h, no Cemitério Jardim Metropolitano de Valparaíso de Goiás. Serão disponibilizados ônibus para levar os moradores e amigos que quiserem ir ao velório. A partir das 9h, os ônibus sairão da Rua 09, Qd. 17, em ponto em frente ao posto de saúde do Jardim Oriente.

Além dos três que morreram, havia duas pessoas no apartamento que sobreviveram: a mãe de Graciane, que é proprietária do apartamento, e um técnico de impermeabilização de sofá. Eles estão internados no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), no Distrito Federal.

Por conta do incêndio, outros moradores também precisaram ser hospitalizados por inalação da fumaça. As forças de segurança do Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Militar estimam que mais de 15 pessoas foram aos hospitais e postos de saúde.

Fonte: G1