O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), subiu o tom contra a esquerda ao criticar a resistência ao projeto de anistia para os investigados e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Mendes classificou a postura como uma “hipocrisia escancarada”, lembrando que no passado militantes de esquerda, inclusive envolvidos em crimes graves, já foram beneficiados com perdão oficial do Estado.
“Olha, impedir a anistia é uma hipocrisia da esquerda, porque tem muita gente da esquerda que já foi anistiada nesse país. Já tiveram torturadores, já tiveram sequestradores, ladrões de banco da esquerda, que foram anistiados”, disparou.
O governador afirmou que a seletividade é evidente. Para ele, enquanto crimes como sequestros e assaltos cometidos por militantes da esquerda foram apagados da história com anistias, cidadãos comuns que participaram dos protestos de 8 de janeiro enfrentam condenações severas.
“Muita gente que cometeu crimes terríveis, pertencentes à esquerda, já foi anistiada nesse país. Então larga de ser hipócrita. Eu não vi nenhuma daquelas velhinhas lá, daqueles velhinhos, daquelas pessoas, matando, roubando, como algumas vezes aconteceu aí, e foram anistiadas na história do país. Aquelas pessoas protestaram. Erraram? Claro que erraram. É errado invadir o patrimônio público e quebrar o patrimônio público.”
Mendes também comparou as punições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — que chegam a 17 anos de prisão e multas milionárias — com episódios recorrentes de invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que, segundo ele, jamais resultaram em condenações proporcionais.
“Eu já disse e repito: eu vi muitas vezes o MST fazer isso no país, e não vi nenhuma vez o MST ser condenado a 14 ou 17 anos de prisão. Invadiram prédio público, inclusive do próprio Congresso Nacional. Então eu acho que é possível e necessário dar um tratamento diferencial para aquelas pessoas.”
Enquanto o governador pressiona por uma revisão das penas, o projeto de anistia segue parado em Brasília. O requerimento de urgência já foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas a votação em plenário ainda não tem data marcada. No Senado, a resistência é maior, com o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) já sinalizando que não há ambiente político para avançar com o tema.
Chris Cavalcante/Da Redação