Novas imagens mostram que criminosos que mataram no dia 11 de fevereiro o cabo da Polícia Militar Anderson Gonçalves de Oliveira, conhecido como Andinho Polícia, filmaram o crime. Ele foi executado em seu condomínio no Anil, na Zona Oeste do Rio. Um suspeito foi preso na segunda-feira (20).
A gravação, que é investigada pela Polícia Civil, mostra que os assassinos começaram a gravar ainda no carro e não interromperam a filmagem durante os disparos de fuzil que mataram o PM.
A polícia ainda investiga quem são os outros autores do crime. Uma das linhas de investigação é que o crime pode estar ligado à disputa entre milicianos rivais e traficantes que, atualmente, brigam pelo controle da Gardênia Azul, também em Jacarepaguá. Vizinha de onde o PM foi assassinado, a Gardênia vem sendo disputada por milicianos ligados ao tráfico de drogas.
O assassinato está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
O militar foi morto por três criminosos que estavam com fuzis.
Outros vídeos (veja acima) já mostravam o momento em que os assassinos entraram no edifício onde Andinho estava. Toda a ação durou cerca de 15 segundos. Andinho foi baleado quando estava no corredor do prédio. Ele estava de costas quando foi surpreendido pelos atiradores. O trio foge em seguida pelo mesmo local onde entrou.
A DHC apura se Andinho Polícia tinha ligação com a milícia da Gardênia Azul, mais especificamente com o grupo de paramilitares que ainda domina a comunidade e vem sofrendo ataques de rivais, com apoio de traficantes do Comando Vermelho. A DHC apura se os assassinos entraram no condomínio do cabo usando um dispositivo eletrônico (TAG) que abre automaticamente a cancela para moradores e funcionários. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas pelos investigadores.
Condenado
No ano passado, o juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Criminal Especializada, condenou Andinho a 8 anos de prisão no processo em que ele era acusado de comandar a milícia do Morro da Tirol, na Freguesia, também na Zona Oeste. Atualmente, a comunidade é dominada pelo tráfico de drogas. Na operação que levou à prisão e condenação de Andinho, já havia sido citada a influência do PM na Gardênia Azul, na localidade conhecida como Chico City. O PM ficou preso de junho de 2020 a outubro de 2022, quando foi beneficiado por uma condicional.
À época, segundo a DHC, na operação que desarticulou a quadrilha, em 2020, a milícia integrada por Anderson atuava em outros pontos além do Morro da Tirol e da Gardênia, como no bairro do Pechincha, também na Zona Oeste, e em Madureira, na Zona Norte.
Os paramilitares, de acordo com as investigações, cobravam diversas taxas de comerciantes e moradores.
Fonte: G1