Familiares de José Chaves Leite, morto após um acidente registrado em 15 de dezembro de 2024, cobram justiça contra o motorista que teria causado o acidente e a morte da vítima, identificado pela Polícia Civil como Max Leander Martins Costa, síndico do condomínio que fica em frente ao local do acidente.
O carro de Max Leander foi registrado por câmeras de segurança arrastando uma motocicleta por cerca de 500 metros e depois entrando no estacionamento do condomínio onde vive, no bairro Coophema, em Cuiabá. Ele teria invadido a contramão e atingido duas motocicletas, em uma delas estava José Chaves Leite, que foi socorrido em estado gravíssimo e morreu uma semana depois.
A viúva de José conversou com a equipe de reportagem do SBT Comunidade e afirmou que a família acompanha o processo e aguarda a prisão do acusado. “Tá em processo de término de investigação, aguardando o laudo do IML e tá na mão do juiz a prisão dele, a gente tá aguardando. É muito dolorido ver aquilo, ver que uma pessoa é capaz de fazer aquilo, não prestar socorro, ir nas suas baladinhas, tirar a vida de um ser humano da forma mais cruel que ele fez e tá aí escondido, impune até o momento”, afirmou.
As imagens às quais a viúva se refere são as registradas por câmeras de segurança do próprio condomínio em que Max Leander vive, elas não mostram o acidente, mas mostram o carro do potencial criminoso arrastando a moto, depois entrando no estacionamento e, ao ver que não conseguiria seguir, o condutor ainda dá marcha ré e avança para passar por cima do veículo.
A Polícia Civil acompanha de perto
O delegado Claudinei Lopes, que comanda as investigações sobre o caso, informou sobre a situação do acusado. “A gente entende que ocorreu um dolo eventual, porque a partir do momento que ele arrasta uma motocicleta sem perceber se tinha uma vítima ainda na motocicleta ou não, e ele arrastou pra fugir do local intencionalmente. Ele assumiu o risco de causar mais danos, mais lesões à vítima que estava nesta motocicleta”, explicou.
Após o acidente, o carro de Max foi visto no estacionamento, na vaga de um vizinho, no condomínio em que ele mora, o veículo estava com danos na frente e na lateral.
A Polícia Militar chegou a ir até o condomínio, mas não conseguiram encontrar o suspeito, que é apontado como síndico do local. O delegado afirmou ainda que tem provas e informações suficientes pra afirmar que Max estaria bêbado no momento do acidente. “Ele registrou boletins de ocorrência durante as investigações, primeiro ele registrou um boletim de ocorrência, mencionando que ele teve ali um mal súbito e não se lembrava do que tinha acontecido.
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A gente entende que essas informações dos boletins de ocorrência que ele fez são falsas, ele praticou aí mais um crime, de falsidade ideológica. Mas por quê? Passou mal por quê? Só se foi pela bebida alcoólica que ele ingeriu nessa casa de eventos em Cuiabá, durante uma confraternização. O acidente ocorreu por volta das 6h30 da manhã e ele tinha acabado de sair dessa casa de eventos conhecida de Cuiabá após ingerir muita bebida alcoólica. Isso daí nós temos provas, informações, temos depoimento de uma testemunha, que viu que ele estava visivelmente embriagado logo depois do acidente”, detalhou minunciosamente o agente de segurança.
O delegado confirmou que o motorista acusado foi indiciado pela Polícia Judiciária Civil pelo crime de homicídio doloso.
Não se apresentou à justiça
Max Leander Martins Costa não foi à delegacia prestar depoimento desde o dia do crime. Primeiro o advogado afirmou que ele não poderia ir por estar fazendo tratamento psicológico, com um atestado assinado pelo psicólogo Fabio Rodrigues Corrêa. Depois enviou um novo atestado, dessa vez assinado pela psiquiatra, Lisbet Rocha Campolin, informando que ele precisava ficar afastado por 30 dias, por uma classificação de doença detalhada como “reação não especificada a um ‘stress’ grave”.
Fonte: MTplay