Condomínios de Belém aderem ao reconhecimento facial para controle de acesso e segurança

Condomínios de Belém aderem ao reconhecimento facial para controle de acesso e segurança

Administrar a entrada de moradores e visitantes é uma das atribuições fundamentais da portaria dos condomínios. Pensando na praticidade e na garantia de segurança, cada vez mais administradoras prediais aderem à implementação de ferramentas tecnológicas, como o uso de biometria a partir reconhecimento facial. Segundo Franklin Matos, proprietário de uma empresa de equipamentos de segurança, em cerca de dois anos, a procura por esse tipo de recurso cresceu em média 35%.

“É um serviço que está em expansão. A segurança nesse caso é muito superior ao modo convencional e a tecnologia pode ser usada em vários segmentos”, aponta o empresário.

O assessor jurídico do Sindicato dos Condomínios do Pará, Kleber Martins, explica que a implantação da ferramenta de controle de acesso apresenta tanto pontos positivos quanto implicações negativas para algumas situações, e diz que cabe aos moradores e a administração condominial avaliar com atenção os prós e contras, preferencialmente em assembleia com os demais moradores.

As ferramentas de reconhecimento facial dispensam a presença física de um funcionário, como porteiro, sendo a liberação operacionalizada por meio de aplicativos ou controles remotos. De acordo com o representante do sindicato, algumas pessoas mais idosas tendem a ter mais dificuldade com o uso dos recursos.

“Pelo que eu tenho notado, condomínios que têm a maior parte de condôminos mais idosas, eles têm uma certa dificuldade com esse tipo de portaria, porque esses moradores têm dificuldade de manuseio, e em alguns casos é preciso até ser revertido, voltando para portaria física mesmo, com os porteiros”, revela Martins.

Quanto aos benefícios, Kleber Martins afirma que a inserção da tecnologia reduz, principalmente, os custos na folha de pagamento, a qual, incide uma parte fixa das despesas dos condomínios.

“Quando eles tiram a portaria física e passam para uma portaria digital, de certa forma, as contas do condomínio respiram melhor, abrindo mais oportunidade para o condomínio investir em outras coisas. Então, assim, a portaria eletrônica tem sido vista como uma válvula de escape para a despesa do condomínio”, declara.

O advogado José Maria Maués, especialista em direito imobiliário e condominial, acrescenta que a automatização das portarias implica na diminuição do passivo trabalhista, no entanto também cria um mecanismo de controle mais eficaz.

“Você consegue controlar melhor, fica tudo registrado, quem entra e quem sai, com foto, hora. Assim, cria um controle de entrada e saída de portaria muito maior e melhor e mais eficaz”, destaca o advogado.

Por outro lado, Maués avalia que a presença de um funcionário não pode ser dispensada completamente devido a necessidade da intervenção humana em determinadas situações. “O porteiro consegue perceber a movimentação no entorno e reparar se há alguém cercando o condomínio para, de repente, cometer algum ato criminoso. No caso de faltar energia elétrica, por exemplo, o sistema não volta instantaneamente. Se tiver alguém com urgência, querendo entrar para poder subir para acudir alguém lá em cima, e se não tem porteiro, tem que esperar resetar o sistema” completa.

 

Fonte: O liberal