Bombeiros controlam incêndio em prédio de Copacabana, não houve feridos

Bombeiros controlam incêndio em prédio de Copacabana, não houve feridos-sindicolegal

Equipes do quartel do Corpo de Bombeiros de Copacabana, na Zona Sul do Rio, foram acionadas, às 15h45 deste sábado (14), para combater um incêndio em um prédio na Rua Barata Ribeiro, 194. No início da noite, as chamas foram controladas. Não houve mortos ou feridos e os bombeiros começam a permitir a volta dos moradores evacuados ao prédio. Segundo relato dos inquilinos, o fogo teria começado no apartamento 1112, no 11° andar. Ainda de acordo com os moradores, o dono do apartamento está viajando e no local não havia ninguém.

De acordo com os bombeiros, o fogo chegou a se espalhar para o 12°. Cada andar, segundo moradores, tem 45 apartamentos. O prédio foi evacuado apenas em apartamentos próximos às chamas. Ainda não há informações sobre o motivo do incêndio.

Ana Luísa, moradora, precisou sair com roupa de dormir. Ela estava cochilando quando o incêndio começou.

Moradores aguardaram na frente do prédio enquanto os bombeiros combatiam as chamas — Foto: Jéssica Marques

— Eu vi idosos caindo no chão, pessoas gritando, todo mundo querendo entrar no elevador ao mesmo tempo. As pessoas se desesperaram. Uma amiga minha ficou presa. Ela desmaiou ao sair porque inalou fumaça.

Um morador do 12° contou que trabalha em Copacabana e foi surpreendido com a notícia de que o andar dele estava pegando fogo.

— Não tive como entrar em casa. Já cheguei aqui e os bombeiros estavam isolando o local. Espero que não tenha pedido nada — disse Luís Fernando Alves da Rocha, 44 anos, mora no edifício há 22 anos.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por um morador do 11º andar do prédio. Fotos e vídeos compartilhados em redes sociais mostravam que o fogo consumiu pelo menos um apartamento em um dos andares superiores do prédio.

Julia Caroline de Oliveira, 22 anos, mora com uma amiga no 10° andar. Ela conta que a amiga não estava em casa quando o incêndio ocorreu e que percebeu as chamas por volta de 15h40.

— O fogo começou no 11° andar. Deu para ouvir as pessoas gritando. Me assustei e peguei o elevador que estava subindo. Fui parar no 12° e estava com muito fumaça. Eu consegui sair bem — afirmou a jovem.

Uma outra moradora que mora no quinto andar, na parte dos fundos do prédio, disse que percebeu as chamas porque começou a cair vidro na janela.

—- O vidro começou a cair e ouvi barulho de explosão. Sair do apartamento e gritei os vizinhos para que eles pudessem sair também.

Incêndio já estaria atingido três andares do edifício — Foto: Vera Araújo

Edifício Richard

Na esquina com a Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana, o prédio da Rua Barata Ribeiro 194, antigo 200, era um endereço recorrente na crônica policial da cidade. O cotidiano turbulento do Edifício Richard rendeu dezenas de boletins de ocorrência e até uma peça de teatro. As brigas, as tragédias e os escândalos protagonizados por alguns de seus seus milhares de moradores inspiraram, no início da década de 70, a peça “Barata Ribeiro 200”, de Paulo Pontes.

Os moradores, que na época já tentavam varrer a má fama do prédio para longe de suas portas, não gostaram da citação e decidiram recorrer à Justiça. Eles alegaram que a obra, tendo o prédio como cenário, não levava em conta a reputação das famílias. O nome foi mudado para “Um edifício chamado 200”.

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O esforço dos moradores para combater a má fama do edifício — reza a lenda que, nos anos 60, um carro da polícia ficava estacionado em frente à portaria do prédio — também foi tumultuado. Um dos síndicos determinou que os moradores fossem fichados ao chegar ao local. O objetivo era conhecer a sua origem e profissão. Para entrar no elevador, o morador tinha de informar seu horário de entrada e saída. Cachorros foram mantidos longe dos corredores e brincadeiras infantis foram banidas nas áreas comuns.

A sublocação dos apartamentos —uma das práticas mais freqüentes — também foi combatida. Na década de 80, um dos síndicos que tentava moralizar o prédio foi afastado pelos moradores sob acusação de embolsar o dinheiro do condomínio em vez de pagar as contas de luz e água, o que provocou um corte no fornecimento e transformou num caos a vida dos mais de 2.000 moradores. No decorrer dos anos, na tentativa de apagar a má fama do prédio, o número foi mudado para 194.

Fonte: O globo