Condomínio de casas flutuantes de contêineres oferece apartamentos modernos à beira-mar

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Um condomínio de residências flutuantes em Copenhague, na Dinamarca, foi além das famosas casas-barco. Projetado pelo famoso arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, do escritório BIG, o Urban Rigger traz uma arquitetura bem pensada, feita de contêineres empilhados de forma estratégica.

Inaugurado em 2015, o condomínio à beira-mar tinha como ideia inicial criar imóveis capazes de responder à escassez de moradias populares na cidade, além de fazer uso de zonas portuárias não utilizadas e transformar áreas urbanas pouco desenvolvidas em comunidades prósperas.

Ao expandir a cidade para a água, o Urban Rigger aborda a urbanização de uma nova maneira — Foto: Urban Rigger / Divulgação

O primeiro Urban Rigger foi instalado em Refshaleøen, uma ilha que estava deserta há mais de 30 anos, após ter servido como estaleiro. No local, hoje vivem cerca de 100 moradores em 72 apartamentos flutuantes.

“Como alternativa às construções tradicionais em terra, o Urban Rigger explora os benefícios sociais e sustentáveis ​​alcançados pela vida na água. Ao mesmo tempo, aborda várias condições que desafiam as nossas cidades atualmente, como a superlotação e a falta de habitação disponível e acessível”, descreve o site do projeto.

Os modernos apartamentos têm vista para o mar e amplas janelas que podem ser abertas — Foto: Urban Rigger/Divulgação

O projeto também visa ser uma resposta ao aumento do nível do mar por conta das mudanças climáticas. “Em 2050, 90% das cidades do mundo terão de lidar com a subida do nível do mar para proteger as pessoas que vivem perto das margens dos rios e das costas. Não estamos apenas ficando sem espaço, estamos perdendo-o. Ao construir sobre a água, recuperamos espaço”, destaca o site.

As casas flutuantes oferecem acesso direto ao mar, algo considerado um grande luxo — Foto: Urban Rigger/Divulgação

O Urban Rigger consiste em nove unidades de contêineres em círculo, criando apartamentos privativos que emolduram um pátio central. Toda essa estrutura é apoiada em uma plataforma hexagonal flutuante. Dois andares estão na superfície e um terceiro fica abaixo do nível do mar.

Do pátio central, equipado com bicicletários, cais para caiaques, plataforma de banho e churrasqueira, se tem acesso a dois lances de escadas. Um deles leva ao piso inferior, abaixo do nível do mar, e o outro alcança o segundo andar, onde ficam os apartamentos.

A arquitetura das estruturas foi disposta para criar um espaço de convívio no centro — Foto: Urban Rigger / Divulgação

O primeiro andar é composto de três contêineres dispostos em formato triangular, com um imóvel de maior metragem em cada. No segundo nível são nove apartamentos de 23 m², dispostos em grupos de três dentro dos contêineres. O piso inferior contém uma sala técnica, depósitos individuais e também instalações comuns, como cozinha, sala de estar e lavandaria.

Do segundo andar, uma escada leva ao terraço com vista para os canais de Copenhague, bem como para os outros dois telhados, cobertos com plantas sedum, um tipo de suculenta bastante resistente e neutra em CO2, que ajuda no isolamento térmico, na proteção do telhado e na redução de ruído.

O terceiro terraço tem um sistema fotovoltaico, que fornece água quente aos moradores e alimenta as bombas de baixo consumo de energia para o aquecimento dos espaços. As estruturas são todas conectadas às redes de energia e de água e esgoto da cidade.

Os cantos são ligeiramente sobressalentes para que o espaço público central tenha acesso à vista do mar e para permitir futuras expansões por meio de passarelas, que poderão fazer a ponte entre as diversas estruturas flutuantes, criando uma verdadeira mini cidade. “Hoje, já não deveríamos perguntar se a vida na água acontecerá, mas, sim, quando”, destacam os arquitetos.

Os apartamentos flutuantes são do tipo estúdio e têm entre 23 a 30 m² — Foto: Urban Rigger / Divulgação

Outro ponto de destaque do projeto é a sustentabilidade. Segundo o site, o condomínio tem um consumo de energia 34% inferior em comparação com os imóveis em terra.

“O Urban Rigger incentiva uma vida consciente. Desde a pequena habitação e consideração de recursos até à gestão de resíduos. Os residentes são incentivados a cuidar do seu entorno e a compreender o seu impacto individual”, aponta a página.

Os apartamentos são equipados com janelas de três folhas, que garantem a preservação do calor, e têm as paredes revestidas de bambu, uma madeira de rápido crescimento, que usa menos água, pesticidas e fertilizante para crescer.

Fonte: Revista Casa e Jardim