Condomínio em que doméstica morreu ao cair em poço de elevador se negou a dar informações sobre manutenção

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O representante do condomínio de classe média em que a empregada doméstica Sandra Maria da Silva, 53 anos, morreu ao cair no poço do elevador, localizado no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife, se negou a dar informações sobre a manutenção dos elevadores ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE).

Segundo o órgão de fiscalização, não havia registro sobre o profissional ou empresa responsável pela manutenção do equipamento do edifício. Procurado pelo CREA-PE, o representante do condomínio teria se negado a fornecer as informações.

EMPREGADA DOMÉSTICA CAI EM POÇO DE ELEVADOR NO RECIFE

Sandra Maria morreu na terça-feira (26) após cair em poço de elevador do prédio onde trabalhou por 15 anos. – ARQUIVO PESSOAL / Sidney Lucena

Sandra Maria trabalhava em um dos apartamentos do condomínio de classe média há 15 anos. No que parecia mais um dia rotineiro de trabalho, o filho da empregada doméstica, Wanderley da Silva, tentou contato com a mãe no final do expediente para buscá-la.

Sem conseguir contatá-la, o jovem ligou para os patrões da vítima para saber da mãe. De acordo com o filho da vítima, o patrão de Sandra Maria informou que ela teria descido com algumas sacolas para ajudar a colocar no carro da patroa e que não havia retornado.

A vítima teria morrido ao tentar subir para o apartamento dos patrões, ao entrar no elevador e não perceber que a cabine não estava no pavimento.

De acordo com peritos do Instituto de Criminalística (IC), o equipamento do edifício é do modelo mais antigo, no qual os passageiros acessam o interior do elevador de forma manual.

Ainda segundo peritos do IC, Sandra Maria teria puxado a porta do elevador social no andar térreo. Sem perceber que a cabine não estava ali, a mulher teria caído para o subsolo, em uma altura de 4 metros.

No boletim de ocorrência registrado pela central de plantões, consta que no momento em que a vítima caiu no poço, moradores do prédio tinham ficado presos dentro do elevador no oitavo andar do edifício. O porteiro teria tentado religar o sistema, mas o equipamento não respondia.

Foi então que o funcionário acionou o técnico para resgatar os moradores presos no equipamento. O elevador teria permanecido sem funcionar, quando um técnico desceu ao poço para verificar o motivo da falha e encontrou o corpo da vítima. Ainda não há confirmação sobre o que ocorreu primeiro.

APÓS NEGAR INFORMAÇÕES SOBRE MANUTENÇÃO DO ELEVADOR, CONDOMÍNIO É OFICIADO

Em nota, o Crea-PE informou que vai oficiar o condomínio onde Sandra Maria morreu, solicitando que sejam informados os dados da empresa e do responsável técnico pela manutenção do equipamento.

O órgão informou que o ofício será entregue ao síndico do prédio na tarde desta quinta-feira (28). O condomínio terá o prazo de 24 horas para entregar a cópia do contrato de manutenção, constando os dados da empresa e responsável técnico pela manutenção do equipamento.

“É responsabilidade do síndico qualquer acidente causado pela falta de vistorias periciais, manutenções periódicas, de sinalização e demais ações ou omissões por negligência, imprudência e imperícia. O profissional, por sua vez, responde por acidente causado por falha de execução do serviço por negligência, imprudência ou imperícia”, afirmou o órgão.

O Conselho esclareceu também que ao emitir a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), o profissional ou empresa responsável pela manutenção assume a responsabilidade pela perfeita execução da obra ou serviço, incluindo “eventuais responsabilizações que decorram de falhas técnicas ou acidentes, desde que comprovada sua culpa”.

Segundo o CREA-PE, a existência do documento garante que a responsabilidade civil e criminal seja transferida diretamente ao contratado, isentando o síndico, ressalvados casos específicos.

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PATRÕES E SÍNDICO DO PRÉDIO NÃO SE PRONUNCIARAM

Desde que ocorreu a morte de Sandra Maria da Silva, os patrões da empregada doméstica e o síndico do prédio não foram encontrados pela equipe de reportagem da TV Jornal.

Na manhã dessa quarta-feira (27), funcionários do imóvel informaram que não tinham autorização para comentar sobre o que aconteceu, mas que o síndico não se encontrava no prédio.

Morador do edifício, o médico Gustavo Couto contou que conhecia a vítima de vista. “Extremamente triste, é uma coisa que a gente não tem ideia do que é isso. É lamentar e ser extremamente solidário com a família”, declarou.

FAMÍLIA PEDE POR JUSTIÇA

O corpo de Sandra Maria foi liberado do Instituto de Medicina Legal (IML) na manhã da quarta-feira (27) e será velado no cemitério de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, às 10h desta quinta-feira (28).

Familiares da doméstica pedem por justiça. “Minha mãe era uma pessoa querida, todo mundo adorava ela. O que eu quero agora é justiça”, afirmou Wanderley da Silva.

 

Fonte: JC Ne10

 

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