Quesitos para ser um bom Síndico e a Importância de Fazer uma boa Escolha

Quesitos para ser um bom Síndico e a Importância de Fazer uma boa Escolha

Está circulando uma gravação em que um administrador de condomínio tenta dar bengalada em uma moradora após uma assembleia de prestação de contas e na sequência tentou acertar um soco na mulher e também em outro morador. O acontecido ocorreu no litoral de São Paulo no bairro de Itararé em São Vicente. A moradora que sofreu tentativa de agressão comenta que já havia uma série de irregularidades envolvendo a administração do condomínio.

Muitas pessoas não entendem o quanto é importante escolher um síndico. No entanto, é uma decisão que não deve ser tomada à leveza, e sim com muito cuidado e pensamento. A advogada especialista em direito condominial Dra. Juliana Teles comenta que é preciso considerar diversos fatores para escolher a pessoa certa para esse cargo, como a experiência, a habilidade para lidar com conflitos e a capacidade de tomar decisões assertivas. Além disso, é importante que o síndico tenha o perfil adequado para o condomínio em questão. O ideal é que seja alguém imparcial, justo e capaz de trabalhar em prol do bem-estar da coletividade.

Se informe detalhadamente a respeito das qualificações profissionais, já que o melhor síndico é aquele que tenha pelo menos algum conhecimento de finanças, legislações e demais trâmites legais, planejamento, cronogramas, projetos, relatórios, além de noções básicas sobre elétrica e hidráulica, por exemplo.

Juliana Teles esclarece também que o síndico é o líder do condomínio. É através dele que a administração e a gestão condominial são elaboradas, garantindo assim o bom funcionamento do condomínio e a satisfação dos moradores. Para isso, o síndico deve ter um bom conhecimento das leis que regem o condomínio e estar sempre atento às demandas dos moradores. Além disso, é importante que ele mantenha uma boa relação com os fornecedores e prestadores de serviços do condomínio, para garantir que todas as áreas do prédio estejam sempre em bom estado.

Mas o que, no fim das contas, deve ser considerado nessa escolha? A advogada Dra. Juliana Teles cita as principais características para quem irá ocupar essa função precisa ter:

– Apresentar sua proposta de forma clara e objetiva;
– Demonstrar ter conhecimento das necessidades e problemas existentes no condomínio;
– Estar disposto a assumir responsabilidade e ter disponibilidade;
– Verificar se o candidato possui experiência na atuação de síndico.

“Em caso de síndico externo, é indicado analisar todas as certidões apresentadas por este, bem como seu histórico de atuação em outros condomínios.” informa a advogada.

Após a eleição do novo síndico, seja externo ou orgânico, é importante que os moradores acompanhem atentamente a sua administração, desde como ele organiza os processos de licitação para a contratação de mão de obra até a possível necessidade de recorrer à auditoria contábil ou à verificação de compliance. O conselheiro também deve desempenhar um papel ativo ao lado do síndico.

Juliana Teles também comenta sobre a escolha criteriosa dos membros do conselho, além do síndico, é também essencial para garantir o bom funcionamento do condomínio. O conselho deve ser composto por moradores que tenham disponibilidade de tempo e sejam capazes de tomar decisões em benefício da comunidade. Além disso, é importante que todos os membros estejam em dia com as obrigações condominiais. Somente assim será possível garantir um ambiente harmonioso e bem cuidado para todos.

Não adianta escolher aquele candidato que faz grandes promessas se elas não são realistas. O síndico deve apresentar suas propostas de forma fundamentada, com metas e planos “pé no chão”.

O bom síndico também precisa ter pulso firme. Os condomínios estão sempre sujeitos a inadimplência por parte dos seus moradores, o que pode prejudicar todo o funcionamento do prédio e acumular dívidas. O síndico escolhido pelos condôminos deve ser aquele que sabe cobrar e tem tato para lidar com esse tipo de situação, que é frequente em prédios residenciais.

Assim, é uma boa ideia escolher um candidato que já tenha alguma experiência no assunto. Se ele já trabalhou com administração de condomínios, melhor ainda, mas ter atuado em outros tipos de gestão já serve de grande ajuda.

Outro ponto fundamental é saber respeitar a privacidade de cada um. O síndico deve ficar atento, ajudar e buscar conhecer os seus condôminos, mas não pode ser invasivo. Além disso, ele precisa saber ouvir. Afinal, é a ele que serão direcionadas as demandas de todos e a quem as outras pessoas vão procurar por diferentes motivos.

Assim, ele precisa escutar e saber considerar o que lhe é passado, levar os moradores a sério e não deixá-los na mão. A empatia é uma habilidade muito recomendada.

Vale lembrar que, caso não tenha algum candidato que se encaixe nesses quesitos, o condomínio tem a opção de contratar um síndico profissional. Nesses casos, é preciso fazer uma boa pesquisa para encontrar a empresa e os profissionais adequados. Além disso, é importante que todos os moradores concordem, pois será necessário dividir o pagamento dos salários. Fique atento a todos esses detalhes, afinal esse trabalho terá efeito sobre todo o condomínio.

Antes de mais nada, é preciso que todos os condôminos do prédio residencial participem da escolha de um novo síndico. Esta participação deve ser efetiva e consciente, já que o síndico terá grande importância na administração das finanças e controle dos gastos dentro do seu prédio. “Caso o condomínio seja mal administrado devido a uma escolha imprudente por parte dos condôminos, todos estarão sujeitos a sofrer com prejuízos financeiros e até com a desvalorização do imóvel.” finaliza a Dra. Juliana Teles.

Mais Sobre Juliana Teles:

Graduada em Direito pela Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, Pós Graduada em Processo Civil, especialista em Direito Condominial com mais de 9 anos de experiência na área, Sócia do Escritório Yuki Faustino e Teles Sociedade de Advogados.

 

Fonte: Segs