Durante um bate-boca na Câmara de Cuiabá, o vereador Chico 2000 (PL) perdeu a linha e, visivelmente exaltado, chegou a chamar o colega Tenente-Coronel Dias de “bosta” e o desafiou “para a porrada” fora do plenário, em sessão nessa qyarta-feira (8).
O áudio do microfone de Tenente-Coronel Dias captou o momento em que o vereador o provoca, enquanto o militar tenta entender o motivo da agressividade. “Você é um bosta, rapaz! Um bosta!”, respondeu Chico, insistindo logo em seguida: “Vamos lá fora! Aqui, não! Mas vamos lá fora, parceiro!”.
A vereadora Katiuscia Mantelli deixou a mesa diretora e tentou intervir, pedindo calma aos colegas. Diante do clima tenso, a sessão foi suspensa temporariamente. Até aquele momento, não se sabia exatamente o que havia motivado a confusão.
Um dia depois, nesta quinta-feira (9), o vereador Tenente-Coronel Dias protocolou um requerimento formal à Mesa Diretora, pedindo que a Comissão de Ética seja acionada para avaliar uma possível quebra de decoro parlamentar por parte de Chico 2000. Segundo o documento, o parlamentar teria ultrapassado todos os limites do debate político ao recorrer a insultos e ameaças.
“O vereador proferiu palavras de baixo calão, não condizentes com a Casa, nem com minha história. Fiz um encaminhamento à presidência para que esse fato seja apurado de forma rigorosa, considerando as punições previstas para o caso”, declarou Dias.
Ele explicou que o desentendimento começou durante a discussão de um projeto da Prefeitura que trata da fusão de secretarias municipais. “A pauta era sobre essa junção de secretarias. Eu pedi a palavra, mas o vereador não me permitiu falar. Só que isso não é apenas contra o Tenente-Coronel Dias, é um caso que vejo também contra a Mesa das mulheres, vejo várias situações em que as mulheres são desrespeitadas”, afirmou.
Dias classificou a situação como “vexatória” e disse que sua atitude de acionar a Comissão de Ética tem o objetivo de estabelecer limites para o comportamento dos parlamentares.
Com o requerimento já protocolado, a Mesa Diretora deve encaminhar o caso à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que analisará se há indícios suficientes para instaurar processo disciplinar. O parecer do colegiado será submetido ao plenário, que decidirá se o caso será arquivado ou se Chico 2000 será formalmente investigado.
Karine de Arruda/Da Redação
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