Enquanto o túnel prometido pelo governo estadual não sai do papel, o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) propôs uma medida emergencial para reduzir os impactos da interdição no trecho do Portão do Inferno, na MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães. A ideia é simples: realizar testes de carga na pista para avaliar se veículos mais pesados — como caminhões — podem voltar a circular com segurança.
A proposta foi apresentada durante discussões na Assembleia sobre o futuro da obra paralisada. O deputado, que é engenheiro civil e possui residência em Chapada há mais de 30 anos, afirmou estar em diálogo com a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) para viabilizar os testes com uso do sismógrafo instalado na região.
“É preciso dar uma alternativa enquanto o túnel não vem. Testar o solo pode permitir o aumento gradual da carga suportada pela pista, o que já ajudaria comerciantes, estudantes e moradores que têm enfrentado altos custos e dificuldades para circular”, afirmou Avallone.
A interdição parcial do trecho afeta diretamente o abastecimento de Chapada e o fluxo turístico, além de encarecer o transporte para moradores e pequenos produtores. A estrada alternativa — pela região da Água Fria — também tem sofrido restrições, agravando ainda mais a situação.
O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), reforçou a cobrança ao governo e disse que a situação se arrasta por tempo demais. Ele relatou ter se reunido com o governador Mauro Mendes, que repassou a responsabilidade de solução à Casa Civil e à Sinfra.
“A seca chegou e a restrição na Água Fria está prejudicando os produtores da região. É urgente retomar essa obra ou ao menos aliviar o tráfego”, disse Russi, destacando também o prejuízo ao turismo local.
A obra no Portão do Inferno foi lançada em março de 2024 com orçamento de R$ 29,5 milhões e promessa de conclusão em 120 dias. O projeto original previa o retaludamento do paredão rochoso, criando uma contenção com degraus para evitar novos deslizamentos.
No entanto, o avanço dos estudos geológicos revelou instabilidade maior que a prevista inicialmente, o que levou à paralisação das obras. O governo agora aposta na construção de um túnel como solução definitiva, mas ainda sem prazo para início.
Avallone defendeu que o governo não foi precipitado, e lembrou que até dez alternativas chegaram a ser estudadas antes da decisão final. A mudança só ocorreu porque, inicialmente, os órgãos ambientais permitiram intervenções apenas fora da área do parque, o que limitou os primeiros estudos. Só depois, com a liberação para acessar a área sensível, foi possível avaliar a real gravidade da situação.
Karine de Arruda/Da Redação







