A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o cuiabano Rubem Abdalla Barroso Júnior, apontado como responsável por recolher doações para manter o acampamento instalado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no final de 2022. O local reunia manifestantes que questionavam o resultado das eleições presidenciais e pediam a atuação das Forças Armadas.
Segundo a PGR, Rubem atuava em parceria com sua companheira, Eloísa Costa Leite, também denunciada. As doações eram feitas por meio de uma chave Pix em nome dela, e parte dos valores era repassada para Rubem, sendo utilizada para alimentação e manutenção da estrutura onde os manifestantes permaneciam.
Relatórios da Polícia Federal apontam que a conta de Eloísa movimentou aproximadamente R$ 1 milhão em créditos e R$ 738,5 mil em débitos entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, dos quais R$ 185 mil teriam sido transferidos diretamente a Rubem.
A defesa argumenta que os recursos tinham origem em contribuições voluntárias de apoiadores e não tinham relação com qualquer ato de violência. Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, no entanto, o período e a destinação das movimentações reforçam a tese de que os valores estavam ligados à organização do acampamento.
Rubem chegou a ser preso em novembro de 2024, no Rio Grande do Sul, quando retornava do Uruguai, mas atualmente responde ao processo em liberdade.
A denúncia se soma a outras ações que investigam o financiamento e a logística de manifestações ocorridas no país no início de 2023.
Karine de Arruda/Da Redação







