A possibilidade de leilão da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, para quitar dívidas que chegam a R$ 48 milhões, provocou reação no Legislativo estadual. O deputado Júlio Campos (União Brasil) afirmou que permitir a venda seria um “erro estratégico” do governo e defendeu que Executivo, Legislativo, Judiciário e Prefeitura unam forças para evitar o fechamento do hospital.
Para o parlamentar, encerrar as atividades da unidade não apenas prejudicaria o atendimento à população de baixa renda, mas também desgastaria a imagem do governo. “Não é possível que, com um orçamento de R$ 50 bilhões, não se consiga separar 1% para garantir a manutenção de um hospital tão importante para a ‘cuiabania’ e para os mais carentes”, criticou.
Campos lembrou que a Santa Casa é sustentada por recursos das três esferas — federal, estadual e municipal — e estimou que o custo mensal de R$ 21 milhões poderia ser dividido igualmente, ficando R$ 7 milhões para cada. Ele também cobrou posicionamento mais firme da Prefeitura. “O prefeito Abílio precisa entrar nessa luta. Não dá para se omitir”, afirmou.
O Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso já autorizou a venda judicial do imóvel para quitar cerca de 800 processos trabalhistas e fiscais. O governador Mauro Mendes (União Brasil), por sua vez, mantém a decisão de transferir os serviços para o novo Hospital Central, com inauguração parcial prevista para agosto de 2025, argumentando que não faz sentido manter o aluguel de um prédio antigo quando o estado terá estrutura própria.
Karine de Arruda/Da Redação







