O senador Jayme Campos (União-MT) criticou duramente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros. Para o parlamentar, a medida é “extrema, desproporcional e arbitrária” e representa uma ameaça direta à economia do país, principalmente ao agronegócio e à indústria nacional.
Apesar das críticas, o senador reforçou que o caminho deve ser o da negociação. “É hora de inteligência diplomática, não de confronto. O Brasil tem o direito de competir em pé de igualdade no comércio internacional e deve defendê-lo com firmeza”, concluiu.
Campos defendeu uma reação firme do Brasil, em parceria com outros países afetados, por meio de articulação na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Não podemos aceitar que acordos consolidados ao longo de décadas sejam atropelados por interesses políticos de curto prazo”, afirmou.
O senador considera que a justificativa usada pelos Estados Unidos — baseada em segurança nacional — está sendo distorcida para fins protecionistas. Ele lembrou que esse tipo de argumento já foi questionado até mesmo pela Justiça americana em casos anteriores.
Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) citado pelo parlamentar aponta que as exportações de alimentos do Brasil para os EUA podem cair até 75%, com impacto de 0,41% no Produto Interno Bruto (PIB). Apenas o agronegócio, responsável por cerca de 30% das vendas brasileiras para o mercado americano — o equivalente a US$ 12 bilhões em 2024 —, sofreria um grande prejuízo.
Campos cobrou do governo federal uma resposta diplomática e jurídica, com envolvimento direto dos Ministérios da Casa Civil, Relações Exteriores e Indústria. Ele também sugeriu a formação de uma frente envolvendo o setor empresarial, para tentar reverter as tarifas antes que entrem em vigor.







