O policial militar Ricker Maximiano de Moraes foi condenado a 12 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por tentativa de homicídio qualificado contra um adolescente, em um crime ocorrido em 2018, em Cuiabá. O julgamento aconteceu nesta terça-feira (8), no Plenário do Júri do Fórum da Capital, e durou mais de 11 horas. A sessão foi conduzida pelo juiz Lawrence Pereira Midon.
Na decisão, o magistrado considerou como agravante o fato de o réu ter dificultado a defesa da vítima. No entanto, aplicou atenuante pelo crime não ter sido consumado, o que influenciou na fixação da pena. O juiz ainda determinou a manutenção da prisão preventiva, o cumprimento da pena em regime fechado, a suspensão dos direitos políticos do réu e o pagamento de uma indenização mínima de 10 salários mínimos à vítima.
O caso ganhou ainda mais repercussão após o policial assassinar a própria esposa, Gabrieli Daniel de Moraes, em maio deste ano. Gabrieli era testemunha de defesa no processo por tentativa de homicídio. Após o feminicídio, o réu conseguiu adiar o julgamento que estava marcado para o dia 28 de maio, solicitando a troca de advogado, alegando que o novo defensor deveria atuar em ambos os casos.
Depois disso, a defesa também entrou com um pedido de desaforamento, alegando que o crime recente havia gerado comoção social e que o réu vinha sofrendo “linchamento moral” em razão da repercussão. O pedido foi negado e o júri remarcado para esta terça-feira.
Menos de uma semana antes da sessão, o policial apresentou um laudo psiquiátrico e tentou abrir um incidente de insanidade mental, solicitando novo adiamento. O juiz, porém, indeferiu os dois pedidos e manteve a data do julgamento.
Karine de Arruda/Da Redação







