A instabilidade no sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJe) tem dificultado o trabalho de advogados em Mato Grosso e levou a OAB-MT a cobrar uma solução imediata do Tribunal de Justiça do Estado. Em reunião realizada nesta terça-feira (16), a presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, relatou ao presidente do TJMT, desembargador José Zuquin, os inúmeros transtornos enfrentados pela advocacia.
Segundo relatos da entidade, profissionais da capital e do interior estão com dificuldades para acessar processos, consultar informações, protocolar petições e até baixar documentos. “A situação é crítica e precisamos de respostas. A advocacia está sendo diretamente prejudicada”, afirmou Gisela.
O presidente do TJMT reconheceu os problemas e disse que a equipe de tecnologia está trabalhando para estabilizar o sistema. A expectativa, segundo ele, é de que haja melhorias nos próximos dias.
De acordo com o Tribunal, o principal motivo da instabilidade é o uso crescente de ferramentas automatizadas, como robôs e inteligência artificial, que geram picos de acessos e sobrecarregam o sistema. “O PJe foi criado para uso humano e ainda não está preparado para esse nível de automação”, explicou a diretora-geral do TJMT, Renata Bueno.
Enquanto soluções mais robustas não são implementadas, o Tribunal pretende adotar, de forma imediata, medidas como o limite de acessos simultâneos para tentar aliviar o sistema. Outras melhorias técnicas e de infraestrutura devem ser discutidas em uma segunda etapa.
Para a OAB, é fundamental que o sistema se adapte à nova realidade tecnológica sem comprometer o funcionamento da Justiça. “A automação e a inteligência artificial vieram para ficar. O que não pode é o advogado ficar horas tentando acessar um processo ou deixar de cumprir um prazo por falha do sistema”, concluiu Gisela.







