Conforme noticiado pelo Olhar Digital, uma estrela normalmente invisível, chamada V462 Lupi, sofreu uma explosão repentina, passando a ser observável no céu até mesmo a olho nu. E ela não foi a única a passar por isso em junho.
A protagonista da vez é V572 Velorum, outra estrela praticamente indetectável até mesmo por bons telescópios e que agora está brilhando mais forte do que nunca!
Vamos entender:
A estrela V462 Lupi, localizada na constelação de Lupus (O Lobo), teve uma explosão de magnitude;
O evento, chamado “nova”, foi detectado no dia 12 de junho, por um projeto internacional chamado ASAS-SN (sigla em inglês para algo como “Busca Automatizada de Supernovas em Todo o Céu”), dos EUA;
Até então, a magnitude da estrela V462 Lupi era em torno de +22,3, o que significa que ela era fraca demais para ser observada sem equipamentos especializados;
Após a explosão, que recebeu o nome de Nova Lupi 2025, o objeto chegou à magnitude de +5,5 (mas já está voltando a desaparecer);
Na escala de magnitude, quanto menor o número, mais brilhante é o corpo celeste;
Na última quinta-feira (25), outra estrela passou pelo mesmo processo;
V572 Velorum, que fica na constelação de Vela, e normalmente tem magnitude em torno de +22.2;
Com a explosão de brilho, designada Nova Velorum 2025, ela atingiu o índice de +4,8;
Assim como Lupus, Vela também é uma constelação do hemisfério sul.
O termo “nova” se refere a uma explosão estelar de intensidade moderada. Diferentemente de uma “supernova”, que destrói completamente a estrela, a nova permite que o objeto sobreviva ao evento e até repita o processo mais de uma vez. Já uma supernova é muito mais poderosa e marca o colapso final da estrela, podendo dar origem a uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.
Comparação da estrela V462 Lupi em 1º de junho e 20 dias depois, após a explosão Nova Lupi 2025. Crédito: Observatório GOTO
Documentado pela primeira vez por astrônomos chineses há cerca de 2000 anos, esse tipo de explosão acontece em sistemas binários, quando uma anã branca – uma estrela muito densa e compacta – consome material de uma estrela vizinha. Com o tempo, a matéria acumulada aquece até provocar uma reação de fusão nuclear na superfície da anã branca.
Essa reação libera uma enorme quantidade de energia, tornando a estrela temporariamente muito mais brilhante. Por isso, a nova pode ser observada mesmo por quem não usa equipamentos profissionais.
A Nova Velorum 2025 foi descoberta pelo astrofísico australiano John Seach, professor adjunto da Universidade do Sul de Queensland e aventureiro de vulcanismo. No X (antigo Twitter), ele revelou que esta foi a 12ª nova que ele descobriu e a primeira desde 2017.
⭐️My latest Nova discovery has been confirmed and given a permanent designation.
V572 VELORUM = NOVA VELORUM 2025
The nova has risen to magnitude 4.9 and is a naked eye object. This is my 12th nova discovery and the first in 7.5 years.
— Dr John Seach (@johnseach) June 27, 2025
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Explosão de estrela é fotografada por brasileiro
O astrônomo amador Romualdo Caldas, presidente do Centro de Estudos Astronômicos de Alagoas (CEAAL), fotografou a Nova Velorum 2025 no mesmo dia que ela foi detectada.
A Nova Vela 2025 fotografada de Maceió, Alagoas, Brasil. Crédito: Romualdo Caldas
Na imagem abaixo, é possível ver a famosa constelação do Cruzeiro do Sul à esquerda e, no centro, a belíssima Nebulosa de Eta Carinae (ou Carina).
Localização da Nova Vela 2025 no céu. Crédito: Stellarium
De acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia Spaceweather.com, novas que podem ser vistas a olho nu são raras. Normalmente, esses eventos ocorrem no máximo uma vez por ano. No entanto, em junho de 2025, os observadores do céu tiveram a sorte de ter duas novas em rápida sucessão.
Como observar a Nova Velorum 2025
Quem quiser observar a explosão de brilho da estrela V572 Velorum deve aproveitar os últimos dias de lua nova, quando o céu está mais escuro. O ideal é procurar locais afastados das luzes da cidade e usar um binóculo 10×50, que oferece um bom campo de visão.
Para encontrar a nova, basta localizar a constelação do Cruzeiro do Sul. Um pouco acima, à direita, está a constelação de Vela. Recomenda-se o uso de aplicativos de observação, como Stellarium, Star Walk ou Sky Safari.
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