Ex-funcionária denuncia novo caso de racismo em condomínio do bairro Planalto

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Dois dias depois de um funcionário denunciar cartazes racistas e homofóbicos que foram afixados em um prédio do bairro Planalto, na região Norte de Belo Horizonte, uma nova denúncia de racismo e de omissão do condomínio e da empresa terceirizada envolvida foram denunciados à O TEMPO. Segundo a auxiliar de serviços gerais Natália Cristina Santos Costa, de 38 anos, alguém imitava macaco sempre que ela passava perto dos blocos 1, 2 e 3 e, apesar do fato ter sido levado para os superiores, nada foi feito.

Ela conta que trabalhou por 9 meses no condomínio Way Residence, tendo sido demitida no início deste mês sob a alegação de “remanejamento de funcionários”. “As brincadeiras racistas começaram em novembro e, no fim de dezembro, eu criei coragem e denunciei para a síndica e para a Delta Facilities, que é a empresa que eu trabalhava. Mas o tempo passou e nenhuma atitude foi tomada”, detalha.

Ainda segundo Natália, em nenhum momento o condomínio ou a empresa a orientaram a registrar um Boletim de Ocorrência. “A síndica só veio falar comigo dias depois. Eu me sentia muito mal sempre que ouvia a imitação, mas a minha profissão não ajuda muito, as pessoas olham para o pessoal da limpeza como o próprio lixo. E o que eu pensava era que perderia meu emprego por causa disso. Por medo, eu até me calei e aceitei essa condição”, conta, chateada, a ex-funcionária.

Ao saber dos cartazes racistas afixados no local, ela resolveu denunciar o caso para a imprensa, por saber que não se tratava de um caso aleatório. “Creio que os moradores tenham noção, imaginam quem seja o autor, mas eu não faço ideia, não tinha como saber. A pessoa imitava macaco de um lugar que não dava para eu ver, provavelmente na sacada do andar dela”, denuncia.

A reportagem tentou contato com a empresa Delta Facilities e com o advogado do condomínio Way Residence Planalto, mas, até o fim da noite de quarta-feira (27), nenhum dos dois havia se posicionado sobre a nova denúncia de racismo moradores do local.

Relembre

O primeiro caso de racismo foi denunciado na última segunda-feira (25) depois que um funcionário, a síndica do condomínio e uma representante da empresa terceirizada para que o homem trabalha, compareceram a uma base móvel da Polícia Militar (PM).

No Boletim de Ocorrência eles relataram que, no último dia 20 de abril, um dos funcionários localizou o primeiro cartaz com dizeres de injúria racial. “Volta para sua jaula, gorila. Volta pro licho de anafabetos (sic) que você veio. Preto sujo”, dizia um dos bilhetes. “Lugar de preto não é na limpeza, é na sesala (sic)”, afirmava o outro.

Na ocasião, um dos funcionários, que se sentiu ofendido, registrou um ocorrência e optou por ser transferido de setor. Já no sábado (23), ao retornar ao condomínio para buscar seus pertences, ele voltou a encontrar uma nova mensagem ofensiva. “Seu lugar é no tronco, macaco, estúpido, lugar seu é com sua gente, na cezala (sic)”, dizia um dos cartazes.

“Sofra as consequências, viado, preto. Ou você sai daqui, o resto toma banho de cloro, africano. Bons tempos eram quando pessoas como você sabiam do seu lugar, que é no tronco, macaco, estúpido. Lugar seu é com sua gente, na cezala (sic). Seus amigos são sujos como você, lixo”, escreveu o suspeito em outro bilhete.

A Polícia Civil divulgou, na terça-feira (26), que havia instaurado inquérito para apurar a denúncia e que ouviria vítimas e testemunhas nos próximos dias. Já o advogado do condomínio afirmou que os bilhetes racistas foram afixados em “pontos cegos” das câmeras de segurança.

 

Fonte: O Tempo

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