Elevador que despencou em Maceió tinha 11 pessoas, mas capacidade era para 8

Aviso informa capacidade de 8 pessoas em elevador onde 11 passageiros entraram

O elevador que despencou um andar em um prédio em Mangabeiras, Maceió, está interditado por tempo indeterminado. Um aviso na parte interna do equipamento indica que a capacidade máxima do elevador é para 8 pessoas (veja na foto acima), mas 11 passageiros embarcaram no 13º andar do prédio, que tem 20 andares.

Segundo Leonardo Pereira, síndico do prédio há um ano, o excesso de peso pode ter causado o acidente. “No momento, eles iriam para o andar zero, o pilotis, e aparentemente o elevador não concluiu ali onde deveria, e desceu para o subsolo, que é uma situação de repouso”, explicou o síndico.

Por meio de nota ao g1, a empresa responsável pelo elevador, TK Elevator, diz que o excesso de peso prejudicou o funcionamento. “O elevador foi projetado para uma capacidade de transporte de oito passageiros ou 600 kg. Como esse limite foi excedido, as distâncias de desaceleração não puderam ser obedecidas, permitindo que a cabina acionasse o sistema de para-choques, preparados para essa finalidade”.

Ainda de acordo com a empresa, o elevador não despencou em queda livre. O que aconteceu foi o acionamento de um dispositivo de segurança que monitora a velocidade do elevador permanentemente para impor a desaceleração necessária.

“Caso a velocidade da cabina ultrapasse o limite máximo permitido, os freios da máquina de tração serão acionados. Ele age de forma firme e progressiva, ou seja, desacelera a velocidade da cabina de forma mais severa que o normal, garantindo a segurança do usuário. Ou seja, deve ser respeitada, em contrário os sistemas redundantes de segurança serão acionados causando uma sensação desconfortável aos usuários”, diz a empresa TK Elevator.

Prédio vai encomendar auditoria no elevador

Segundo o síndico do prédio, Leonardo Pereira, o excesso de peso provocou o acidente no elevador de prédio em Maceió — Foto: Erik Maia/TV Gazeta

 

O síndico do prédio afirmou que das pessoas que estavam dentro do elevador, só reconheceu um homem como morador do prédio. Ele também informou que não há relatos anteriores no prédio de incidentes parecidos.

Agora, o objetivo é realizar uma investigação independente para apurar as responsabilidades. O elevador está interditado e o condomínio vai contratar uma empresa especializada em auditoria em elevadores para fazer uma perícia no equipamento.

“Nós não permitimos que a empresa [do elevador] fizesse a manutenção. Estamos acionando uma empresa de auditoria para fazer os levantamentos de forma isenta. Uma empresa especializada em auditoria de elevadores. Não vai ser nem o fabricante nem [empresa] autorizada pelo fabricante. Estamos fazendo contato ainda e não temos prazo para isso. Até lá, o elevador ficará interditado”, reforçou o síndico.

Bombeiro alerta para excesso de passageiros

Segundo o sargento Rodolfo Marcelo, do Corpo de Bombeiros, é preciso respeitar a capacidade de qualquer equipamento para que as normas de segurança possam prevalecer. No caso dos elevadores, o limite máximo de passageiros e peso.

Em alguns casos, a própria empresa que instala o equipamento pode fornecer um treinamento para funcionários do prédio atuarem em casos de emergência. O prédio também pode investir em uma brigada própria de incêndio que também pode ser capacitada para isso, que pode garantir um socorro imediato até a chegada do Corpo de Bombeiros, evitando assim pânico entre as pessoas.

“É um ambiente que pode causar claustrofobia. Por isso é importante saliente que é preciso manter a calma acima de tudo. O duto de ventilação, de passagem de ar do elevador não vai impossibilitar de respirar. O oxigênio ali não vai acabar, ele vai dar condição de você respirar. É preciso acionar o alarme, manter a calma até a chegada do resgate. Como a maioria tem celular, deve acionar o 193 imediatamente”, explicou o sargento.

Fonte: G1