Conta alta e reajuste alto; síndica reclama de mudança tarifária da Codau

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Ao Jornal da Manhã, a síndica Josiane Ferreira relatou aumento que considera desproporcional na conta de água de um condomínio no bairro Residencial Palmeira. De acordo com a síndica, quando se faz o cálculo do adendo de 14% de reajuste na tarifa da água, a conta não fecha.

“A conta não fecha, eles falam que teve um aumento de tanto, quando a gente pega as nossas contas antigas e soma com aquele percentual de valor, a conta não fecha. Teve condomínio que dobrou o valor da conta. A gente vive de previsão orçamentária”, relata Josiane.

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Junto a um grupo de síndicos que relatam passar pela mesma situação, os responsáveis pela administração de condomínios Uberaba afirmam que foram ao Procon e protocolaram reclamação também no Ministério Público. “Eles não podem jogar um absurdo desse. Mesmo que seja válido, não bate. A conta não fecha. Vamos supor que eles falam 30% [de reajuste], a gente joga o valor que a gente pagava mais 30% e ainda tá sobrando. A conta não fecha” explica a síndica.

No prédio de Josiane, foi instalado um poço artesiano no condomínio ainda no início do ano, quando o valor da conta chegou em R$6 mil. “Quando a gente fez a troca para o poço artesiano, a primeira conta que veio, veio R$6 mil, aí aumentou para nove, depois R$11 mil, R$14 mil, R$18 mil e agora R$21 mil. E quando a gente usava água do Codau, a gente pagava R$25 mil. Pra resumir, a gente não dobrou o consumo para a conta dobrar. Tem condomínio que pagava R$40 mil de água e agora paga R$70 mil”, conta.

No entanto, a Codau afirma o contrário. A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com a Companhia em busca de uma explicação para a situação. Segundo a Codau, o condomínio conta com 448 apartamentos, o que seriam aproximadamente 1.792 moradores, calculando uma média de 4 moradores/apartamento seria uma média de consumo de água de 8m3/mês por imóvel.

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“O poço artesiano recebe um hidrômetro para medir o consumo de água e com base neste consumo (Metros cúbicos), calcula-se o valor da tarifa de esgoto, que é cobrada quando o imóvel tem poço artesiano. (O consumo de água captada no poço não é cobrado). A tarifa de esgoto equivale a 95% do consumo de água, valor que passou a valer a partir de junho/2022, quando o reajuste de 2022 da tarifa de água e esgoto começou a vigorar”, explica a Companhia.

Ainda de acordo com a Codau, a fatura de R$ 6.698,00 paga pelo condomínio foi na competência 01/2022, antes do reajuste, quando se consumiu 1.716 m3 no mês. A fatura de R$ 12.766,99 foi na competência 05/2022, quando o condomínio consumiu 3.253 m3/mês. E a fatura de R$ 21.992,24 é da competência 07/2022 quando o consumo foi de 3.567 m3 no mês. “O consumo de água (a referência para o cálculo do esgoto) da competência 01/2022 = 1.716 m3, foi 50% menor do que o consumido na competência 07/2022= 3.5567 m3. Além deste fato, o condomínio possui um parcelamento de dívida em 48 vezes no valor de R$ 1.925,37 e mais encargos. E na competência 07/2022 o reajuste tarifário já estava em vigor. Os valores cobrados estão corretos e dentro da média de consumo por apartamento: 8m3/mês”, afirma a companhia.

Referente ao aumento reclamado em nome de outros condomínios, a Codau preferiu não se pronunciar, pois “analisa cada caso isoladamente”.

O tema ainda foi parar no Legislativo, na última quarta-feira (6), quando o vereador Professor Wander questionou por que não foi feita uma reunião com os síndicos da cidade anteriormente ao reajuste. A Codau informou que recebeu o vereador junto com um grupo de síndicos para detalhar como se deu o reajuste tarifário, quando informou quais os insumos que compõem a planilha do cálculo e os índices inflacionários destes insumos, como produtos químicos, combustível, energia elétrica entre outros. “Observando que há dois anos a Companhia não aplicou nenhum reajuste nas tarifas de água e esgoto”, finaliza