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Condomínio em BH acusa empresa de calote após pagar R$ 72 mil em elevador

Moradores de um prédio no bairro Manacás, região da Pampulha, em Belo Horizonte, decidiram unir esforços para a instalação de um elevador no condomínio. Por meio de taxas, eles juntaram dinheiro por meses até fecharem, em 2021, contrato com uma empresa por R$ 72,9 mil. A instalação do equipamento estava prevista para abril de 2022. No entanto, um ano depois, eles seguem sem resposta. O caso é investigado pela Polícia Civil por suspeita de estelionato.

A empresa envolvida no caso é a Ascensore Elevadores, com sede no bairro Cachoeirinha, região Nordeste de Belo Horizonte. O empreendimento admite dificuldade para honrar contratos devido aos impactos econômicos da pandemia de Covid-19. Além disso, um dos sócios, responsável pela parte comercial, alega que houve um desentendimento entre ele e outra administradora da empresa.

Conforme relatado por um morador do prédio no bairro Manacás que pediu para não ser identificado, a empresa não deu um retorno sobre a instalação do elevador em meio ao atraso do prazo estipulado no contrato. Foi aberto um processo na Justiça. Contudo, segundo ele, os sócios do empreendimento não compareceram às audiências marcadas.

“A empresa começou ignorando minhas ligações e mensagens. E depois me bloqueou. Em nenhum momento eles atuam resolutivamente. Nunca propõem prazo. Abrimos mão da multa devido ao atraso. Eles nem responderam”, lamenta, dizendo que sabe de “vários clientes que foram lesados e também alegam atraso na entrega”.

Conforme o morador, além do desapontamento por não poderem usar o elevador, os condôminos lidam com a insegurança devido às adaptações feitas para que fosse instalado o equipamento. “Há um tapume [cobrindo o buraco], que pode ser facilmente retirado, em um lugar com movimentação de crianças”, argumenta.

Em nota, a Polícia Civil disse que a investigação está em andamento por parte da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor. “As vítimas já estão sendo ouvidas”, afirma. Um representante do condomínio citado na reportagem prestou depoimento à instituição na última sexta-feira (14).

A Polícia Civil também pede que possíveis vítimas que ainda não procuraram as autoridades se manifestem. “Considerando que o estelionato é crime de ação penal pública condicionada à representação, conforme prevê a Lei, a polícia esclarece que, caso haja outras vítimas, que elas compareçam a uma unidade policial mais próxima para registro dos fatos e devida representação criminal para o início das investigações”, completou.

Sócio diz querer respostas

A reportagem tentou contato com dois sócios da Ascensore Elevadores. Marcelo Brum foi o único que respondeu. Ele explicou que atuava com relações comerciais da empresa e que não tem acesso à parte financeira. “Eu, como sócio, quero saber realmente o que aconteceu”, disse, ressaltando que está à disposição da Polícia Civil.

Brum também afirma que houve “divergências e brigas” com a outra sócia, que, segundo ele, era a responsável pela parte financeira da empresa. O sócio acusa a mulher de não ter disponibilizado, quando solicitado, informações sobre o desempenho econômico do negócio.

Além disso, Brum citou impactos da pandemia de Covid-19. “Houve atraso [em relação a algumas entregas de elevadores], por causa das restrições [estipuladas pela prefeitura para conter o avanço da doença]. Clientes que não conseguiram pagar, queda das vendas e dificuldades econômicas”, detalhou.

O espaço permanece aberto para que a segunda sócia se manifeste sobre o caso.

 

Fonte: O tempo

Luiz Davi

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